ORQUÍDEAS * BROMÉLIAS: maio 2012

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Orquídea: Cattleya labiata

Informações iniciais sobre as Labiatas, numa postagem anterior (neste blog), pode ser visitada pelo link.
 


Cattleya labiata amesiana. Num habitat quase natural.
Região: Palmeira dos Índios/Alagoas, Brasil.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Artigo - Anacheilium aemulae: uma historieta de superação

Anacheilium aemulae
Uma historieta de superação 

Sobre as Orquídeas, o nome advém da língua grega; do radical grego Orchis que significa “testículo”, essa analogia procede da aparência dos dois tubérculos que constituem a base vegetativa de algumas espécies. As orquídeas são classificadas na divisão Spermatophyta, subdivisão Angiospermae, classe Monocotyledonae, ordem Microspermae e família Orchidaceae. A família é uma das maiores de plantas floríferas, englobando quase 1/7 das existentes no planeta. É composta por cerca de 1.000 gêneros e 20.000 espécies. “Foram os orientais os primeiros a fazerem referencia às orquídeas. O primeiro livro sobre o cultivo das orquídeas, foi provavelmente escrito em chinês no ano 1000 d.C.” (KAYASIMA; DEUTSCH, L, 1989).
Quanto ao crescimento, há dois tipos: o monopódico: quando a orquídea apresenta caule ereto que de ano para ano se torna mais alto; e o simpódico, quando a cada ano se forma um novo caule, em rigorosa sequência horizontal. Assim, cada caule brota de uma intumescência na base da planta: o pseudobulbo, que armazena as reservas nutritivas.
A maioria elabora seus próprios alimentos; algumas os retiram de matéria orgânica decomposta, como paus podres, ou são auxiliadas por um fungo que vive em suas raízes. As orquídeas são bissexuais, com estrutura reprodutora única. 

Neste "artigo” procuramos apresentar algumas informações sobre o gênero Epidendrum, cultivado no agreste de Alagoas, Nordeste do Brasil. Do grego Ep(i) = sobre + dendrum = árvore. Sua marca também é a qualidade de epífita.
Escrevemos aqui sobre o gênero Epidendrum, que é composto por mais de 1.100 espécies de orquídeas. Especificamente sobre a variedade aemulae. A fragrância agradável a torna uma das orquídeas encontradas em quase todos os orquidários domésticos.
A espécie aemulae é de porte mediano, folhas e pseudobulbos bem definidos e produz flores – geralmente – com tonalidades esbranquiçadas, mas sem tomar totalmente a qualidade de albas; apresenta ainda detalhes em finas faixas verticais de um violeta suave, na sépala (maior) superior ao labelo. Fazendo jus ao “sobrenome”, exala agradabilíssimo perfume.
Se deixadas sobre os galhos mais grossos das árvores podem chegar a ter 36 pseudobulbos e até mais, além de florir em até mais de 6 deles, totalizando mais de 20 flores perfumadas. Se num vaso, que deve ser um tipo placa ou algo parecido, não se poderá ter tantos pseudobulbos, nem flores, evidentemente.
Fizemos um acompanhamento empírico num exemplar de Anacheilium aemulae que fora coletado em 2007, numa área de devastação ambiental, no agreste de Alagoas. Apresentamos aqui informações angariadas em 5 anos sobre esta orquídea. As primeiras flores só ocorrem 6 meses depois de ser coletada.
Há de se considerar que ela contava com apenas 3 pseudobulbos pouco saudáveis na época da coleta; porque se encontrava derribada sobre o chão, em meio as gramíneas, também amarelecidas pela ação devastadora do sol de verão, tão intenso nesta região do Brasil. Após ser colocada num local adequado: um pedaço de madeira maciça, porém envelhecido, livre do sol direto e sob regas controladas, vieram, (meses depois) as primeiras flores: já estávamos em 2008. Em março deste ano ela encontrava-se com apenas 3 flores em 1 pseudobulbo, foi neste ano que experimentamos sua fragrância e decidimos pela sua evolução (foi também, neste ano que ela demonstrou sobreviver e querer prosseguir). Em 2009, assim como no ano anterior, ela estava fixada numa estaca, dentro do espaço coberto por uma tela, no “pseudo-orquidário”; neste período, por termos viajado e deixado-a sob outros cuidados, não teve uma floração evolutiva (lhe faltou rega, acreditamos), exibindo apenas 2 flores em apenas 1 pseudobulbo, mas neste ano já contava com 5 pseudobulbos (sendo 3 deles adormecidos), esta floração só veio a ocorrer no mês de maio. Em 2010 as flores ocorreram em março e somaram 6 flores em 2 pseudobulbos; detalhando melhor esta floração: o invólucro protetor pôde ser visto em 29 de março e a primeira flor surgiu em 14 de abril; posteriormente, no mês de agosto deste ano fizemos uma observação neste exemplar: já possuía 10 pseudobulbos (7 a mais que em 2008), o maior deles detinha 5 cm de comprimento e a maior folha tinha 18,5 cm de comprimento. Em 2011 a floração se consolidou em abril e as flores somaram 11, em 4 pseudobulbos. Já em 2012, por conta de mudanças no “pseudo-orquidário” (ela permaneceu por cerca de 2 meses apenas embaixo de uma árvore, para que outro espaço fosse construído), as flores reduziram em 1 – sendo 10 flores – em relação ao ano anterior; estiveram plenas em abril de 2012.


MÊS PREDOMINANTE DE FLORES
QUANTIDADE DE PSEUDOBULBOS
QUANTIDADE DE FLORES
2008
Março
01
03
2009
Maio
01
02
2010
Março
02
06
2011
Abril
04
11
2012
Abril
03
10
Tabela 1: Anacheilium aemulae: floração escriturada em 5 anos.
   
Constatamos que há uma predominância das flores nos meses de março e abril, fator diretamente condicionado a ligações de tempo e clima, assim como as manipulações humanas circunstanciais.  
Nosso desejo é continuar vivendo em meio às essas plantas prodigiosas, que não medem esforços para conquistar aos polinizadores naturais, assim como aos humanos sensitivos. Esperamos poder ainda escrever sobre este gênero, sobre esta espécie e poder contar acontecimentos de superação.

Mais informações em:

BIBLIOGRAFIA*
KAYASIMA, Masuji; DEUTSCH, L. A. Orquídeas Brasileiras: classificação e história das orquídeas. SERCOM; DESEMP. Dez. 1989.
LUZ, Joaci de Freitas. O Mundo das Orquídeas. Ano 3, n° 11.
____, Joaci de Freitas. O Mundo das Orquídeas. Ano 4, n° 17.
____, Joaci de Freitas. O mundo das Orquídeas. Ano 4, nº 18.
NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA. 6. ed. São Paulo: Barsa Planeta Internacional Ltda., 2002. V. 07.
PEREIRA, Luis Araújo. Álbum das Orquídeas de Alagoas. Maceió. IMA/PETROBRÁS/TRIKEM, 2000, 315 p.
SERQUEIRA, Carla. Matas do Interior escondem raridades. In: Gazeta de Alagoas. Maceió, Sábado, 04 de Fevereiro de 2007. Ano LXXII, n° 576.


* CONSULTADA/ INDICADA.

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