374 - Orquídea: Cattleya labiata f. amoena 'Júlia Nunes'

"Pétalas e sépalas são de um branco puro. O labelo também branco em seu fundo, mas apresentando a superfície do lobo anterior tingida por um leve colorido róseo ou róseo-cárneo, na forma de uma mancha uniforme, traços ou veios. A fauce é amarelada com veios longitudinais áureos”.

Observação: "a pronúncia do adjetivo latino amoena é "amena", pois o ditongo latino ae tem pronúncia de e. O detalhe da var. amoena está no branco puro de suas peças florais. Existe uma discussão no sentido de que por causa da cor branco puro, talvez essa flor pudesse ser confundida com a variedade semi-alba. No entanto, precisa ser ressaltado de que a cor do labelo da var. semi-alba sempre deverá ser a cor purpúrea”[i].

Um pouco da história desta espécie: esta é uma orquídea Cattleya labiata encontrada aqui no Nordeste do Brasil, na região de Palmeira dos Índios/AL, numa área rural bem próxima ao povoado Serra da Mandioca, provavelmente entre 2009 e 2013. E, dentre tantas outras avistadas por aqui e especialmente sobre as matrizes a que tive acesso, apenas esta apresentou floração incomum, demonstrando não ser apenas uma Cattleya labiata tipo, mas excepcionalmente uma variedade natural lindíssima.

Inicialmente agradeço ao amigo e orquidófilo Pedro, de Pernambuco, que me ajudou a associá-la à variedade semi alba var. amoena a partir dos seus contatos com tantos outros orquidófilos, especialmente de um grupo do Rio Grande do Sul, que se dedica ao estudo das labiatas.

Recentemente, por conta das postagens que realizei mostrando as suas florações aqui no Blog, no Facebook, no Instagram e no YouTube e conversando com o amigo e orquidófilo Reginaldo Vasconcelos, ele me orientou a dar um epiteto clonal para esta orquídea, exatamente por se tratar de uma planta espécie. Epiteto clonal é um termo que é usado no mesmo sentido do nome de uma pessoa, por exemplo: Cattleya walkeriana var. semi alba 'Tokio'.

Foi neste sentido que resolvi homenagear a minha mãe dona Júlia Nunes de Farias, uma pessoa que, junto com meu pai, nos criaram (a mim, meus irmãos e irmã) com  muita dificuldade, a partir do trabalho árduo do roçado. Trabalho este tão duro, que não lhes permitia naquela época contemplarem belezas realmente vivas e significantes tão perto deles, quando ainda eram mais jovens, naquela vida no campo!

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[i] Disponível em: FEDERAÇÃO GAÚCHA DE ORQUIDÓFILOS - FGO; COMISSÃO TÉCNICA: Cattleya labiata e suas variedades. Classificação para fins de julgamento.
Disponível em: http://www.fgors.com.br/cattleya-labiata-e-suas-variedades/