“Do grego kyrtós: curvado + pódion: dimin. De pús, podós: pé, pezinho curvado. Alusão à base da coluna curvada para
cima (...); prolongamento basal da coluna, formando um pequeno arco
que se estende (...). Varia em relação ao tamanho de seus pseudobulbos,
apresentando-se: fusiformes, cilindrico-fusiformes, cônico-fusiformes,
cônico-oblongos, cônico-ovóides, ovóides ou arredondados (...)”.
“A maioria das espécies do gênero
Cyrtopodium foi atribuído a um nome de família para homenageá-la, ao lugar onde
o mesmo foi encontrado ou ao aspecto da planta. São exemplos: C. andersonii
(Anderson), bradei (Brade), Sarneyanum (Sarney), cipoense (Serra do Cipó/MG),
cachimboense (Serra do Cachimbo/PA.), roraimense (Roraima) ou triste (flores
voltadas para baixo em dias ensolarados), pallidum (pelo labelo róseo pálido) e
gigas (pelo porte gigantesco da planta)”.
“Este gênero tem grandes
pseudobulbos claviformes, medindo alguns centímetros a mais de um metro, com
numerosas folhas pregueadas e brácteas coloridas. As folhas são herbáceas,
bilateralmente alternadas com nervuras longitudinais prominentes, plicadas, com
pseudopecíolo conectado na base da bainha que envolve o pseudobulbo. A
inflorescência é basal, ereta, rígida, simples ou ramificada, normalmente mais
alta que as folhas”.
“As flores podem ser vistosas ou
pouco ornamentais, pediceladas e de textura relativamente carnosa, com brácteas
lineares ou lanceoladas, muitas vezes de colorido vistoso ou pintalgadas. Em relação à flor, possui labelo trilobado com lobos laterais voltados para
cima e algumas vezes encobrindo parte da coluna; o lobo mediano quase sempre
apresenta um disco caloso. As políneas são em número de duas, globosas e
ceróides[1]”.
Sobre esta espécie especificamente, "ocorre apenas no Brasil, na Mata Atlântica, distribuindo-se por todos os estados litorâneos, do Ceará até o Rio Grande do Sul. Cresce em terrenos bem drenados, geralmente sobre areia, em vegetação de restinga ou, menos frequentemente, como rupícola em afloramentos rochosos. Diferencia-se de outras espécies, como o Cyrtopodium andersonii, o Cyrtopodium glutiniferum e o Cyrtopodium withneri, por conta das características dos pseudobulbos longos e as flores predominantemente amarelas (...)" [2].
Observação endógena: desde algum tempo comecei a vislumbrar a possibilidade de ter um Cyrtopodium. Encanta-me neles a generosidade das flores e a robustez dos seus pseudobulbos (da planta como um todo). Quando ele chegou até mim, em outubro de 2012, eu achai de se tratava de 'Catasetum macrocapum agigantado'. De onde veio estava se desenvolvendo sobre o solo. Resolvi colocá-lo numa situação de planta epífita e misturei substrato com outros detritos, colocando-o num vaso relativamente amplo. A renovação de pseudobulbos foi rápida e eficaz e em outubro de 2013 ele iniciou a primeira floração (talvez a primeira da sua vida, pois não constava nenhum sinal de florações anteriores).
Foram mais de 2 meses entre o aparecimento das robustas hastes e a eclosão das primeiras flores. A haste de maior comprimento atingiu mais de 50 cm e a quantidade de cerca de 156 flores. A plenitude das flores durou cerca de 30 dias, mas secaram antes do fim do ano; atualmente já possui uma diversidade de bulbos recentes, quase adultos.
[1] Disponível : http://orquidarioterradaluz.blogspot.com.br/2008/08/cyrtopodium.html Acesso/ nov. de 2013.
[2] Disponível: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/PrincipalUC/PrincipalUC.do?lingua=pt Acesso out. 2023.
Nenhum comentário:
Postar um comentário